domingo, 11 de agosto de 2013

Pág. 2 - A empresa de ônibus não é o único vilão

Flávio Azevedo

Depois do Movimento Passe Livre e das manifestações pelo Brasil, o que mais vemos são críticas às empresas que exploram o transporte público. Sabemos que esses empresários, como todos os outros, não estão muito preocupados com outra coisa que não seja o lucro. Todavia, nós daremos uma de “advogado do diabo” e faremos algumas reflexões que ainda não vimos por aí.

Começamos perguntando: “por que a empresa precisa de tarifas tão altas?”. Não sabemos se o amigo leitor vai concordar, mas lembra daquele ônibus que é pedido ao vereador ou ao prefeito, para levar pessoas a sepultamento, aniversário de 15 anos, carregar times de futebol, excursão de igreja, festa de casamento, entre outras atividades? Pois é...

E quem é que paga esse prejuízo? Quem paga o dia do motorista? E o desgaste do veículo? E o combustível? Ou o amigo acha que o dono da empresa faz filantropia? Não, claro que não! A tarifa acima daquilo que achamos justo tenta compensar esses empréstimos, que não são poucos e estão baseados na política ASSISTENCIALISTA e PATERNALISTA que nós brasileiros CULTUAMOS. É ou não é verdade que nós adoramos um FAVORZINHO?

Então, enquanto esse oportunismo, que é exclusivamente brasileiro, não mudar, a tarifa não diminui o que deve! E não estamos falando de “vinte centavos”. Estamos falando de reduzir mais de “um real”... Estamos falando da abertura de concorrência... Estamos falando de mais horários para todos os bairros e a aquisição de carros mais confortáveis.

No Facebook, muitos comentários falam em manifestação em frente a São Geraldo, empresa que explora o setor em Rio Bonito. Nós discordamos! Esse movimento tem que ser em frente da Prefeitura, porque quem autoriza o aumento da tarifa é o chefe do poder Executivo, ou seja, o prefeito! Por tanto, essa mobilização tem que acontecer diante da Prefeitura ou diante da casa do prefeito! Eu tenho certeza que se houver uma determinação de redução da tarifa, por parte da Prefeitura, a empresa, pode até não gostar, mas certamente cumprirá!

Outro ponto comentado há anos é que o empresário do setor doa polpudas quantias para a campanha eleitoral dos políticos. Perguntamos então: mas o que é feito com esse dinheiro? O político compra um carro novo para ele? Ele manda fazer piscina e churrasqueira na casa dele? Ele dá uma moto nova para o filho? Com esse dinheiro ele paga a faculdade da filha? Não... O político investe na compra de voto. E esse voto ele compra de quem? Por incrível que possa parecer, geralmente de quem usa o tal transporte público. Portanto, que o povo deixe de ‘chilique’, entenda a sua responsabilidade cidadã e reclame com razão!

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