terça-feira, 31 de julho de 2012

Em todo estado, mais de mil candidaturas estão na corda bamba

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) ajuizou 1.174 ações de impugnação de registros de candidaturas às eleições deste ano nos 92 municípios fluminenses. Desse total, 456 são relativas à Lei da Ficha Limpa e envolvem desde candidatos com condenação criminal pela prática de improbidade administrativa; rejeição de contas pelos tribunais de Contas da União (TCU), do estado (TCE) ou do município (TCM) até condenação por captação de sufrágio ou abuso de poder político ou econômico.

Segundo o coordenador do Centro de Apoio às Promotorias Eleitorais, promotor Rodrigo Molinaro Zacharias, os promotores de Justiça não têm medido esforços para atuar em defesa do regime democrático, visando à realização de eleições éticas em que prevaleça a soberania popular.
– O processo eleitoral de 2012 começou, na verdade, no ano passado. E o Ministério Público se preparou para os inúmeros desafios de uma eleição municipal com o especial ingrediente de aplicação da Lei da Ficha Limpa. A atuação ação dos promotores é apartidária, imparcial e voltada para a lisura do pleito, que é o objetivo da Justiça Eleitoral no ano em que completa 80 anos de existência – disse.

Entre as motivações que levaram aos pedidos de impugnação está o analfabetismo de candidatos, apresentação de documentação incompleta, falta de desincompatibilização e ausência ou desaprovação de contas de campanhas eleitorais passadas. Em alguns municípios, a situação pode ser considerada crítica. Em Natividade e Varre-Sai, no noroeste do estado, todos os candidatos aos cargos de prefeito e vereador tiveram seus registros impugnados, a maioria por falta de documentos: em Natividade, foram 118 ações ajuizadas pelo Ministério Público; e em Varre-Sai, 85.

Segundo a Promotoria Eleitoral de Natividade, os dois candidatos a prefeito e 103 dos 116 candidatos a vereador não apresentaram certidões criminais. Em Varre-Sai, a situação é semelhante: os três candidatos à prefeitura não incluíram certidões criminais na documentação enviada à Justiça Eleitoral, assim como 75 dos 82 candidatos a vereador.

Em Paracambi, onde o Ministério Público impugnou os registros de dois dos três candidatos a prefeito, o terceiro candidato – que busca reeleição – responde por conduta vedada a agente público, o que pode levar à cassação do registro. “Se julgadas procedentes as ações pelo juiz eleitoral, os partidos terão de substituir todos os atuais candidatos apresentados”, diz nota distribuída pelo MPRJ.

O número de candidatos com condenação criminal também chamou a atenção dos promotores: são 44, sendo 11 somente em Belford Roxo, na baixada Fluminense. De acordo com a Promotoria Eleitoral, todos são candidatos a vereador. As principais condenações referem-se a estelionato, uso de documento falso e receptação de veículos.

Contas de campanha

Em sua totalidade, a desaprovações de contas de campanha referentes ao pleito de 2008 levaram a 243 pedidos de impugnação, com destaque para os municípios de Rio das Ostras (com 29 ações); Itaboraí (28); e Teresópolis, com 12. Segundo o MP, o município com o maior número de pedidos de impugnações foi registrado em Nilópolis, na Baixada Fluminense, com 183 ações no MPRJ. Para o Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, o saldo é positivo e demonstra a efetividade do trabalho desempenhado pelas promotorias eleitorais.
– O nosso compromisso – dos promotores, do Centro de Apoio Operacional e da Procuradoria-Geral de Justiça – é com a legalidade e a normalidade das eleições, respaldados na isenção e na credibilidade do Ministério Público – explicou Lopes.

As ações ajuizadas pelo Ministério Público serão julgadas na primeira instância da Justiça Eleitoral, que tem até 5 de agosto para julgar os pedidos e, assim, definir os que estarão aptos a concorrer. A partir das decisões, eventuais recursos das ações de impugnação seguem para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) para serem julgadas em segunda instância.

Fonte: Jornal dos Municípios

sábado, 28 de julho de 2012

Impasse entre Secretaria de Saúde e Hospital Darcy Vargas pode parar no Ministério Público

Flávio Azevedo
A secretária de Saúde de Rio Bonito, Maria Juraci Dutra.


Orientada pela Procuradoria Geral do Município, a Secretaria de Saúde de Rio Bonito, na próxima segunda-feira (30/07), vai pedir que o Ministério Público (MP), através da Tutela de Saúde, auxilie nas negociações entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), que, hoje, estariam emperradas. “O objetivo é manter o Pronto Socorro (PS) funcionando, porque a população não pode ser privada do direito a Saúde, já que tem recurso e o serviço está contratado”. Essas e outras informações foram anunciadas pela secretária de Saúde, Maria Juraci Dutra, na tarde dessa sexta-feira (27/07), em entrevista exclusiva concedida no seu gabinete.

Diante da matéria veiculada na edição 28 do jornal “O TEMPO”, onde parte da diretoria do HRDV faz duras críticas a secretária de Saúde, ela informou que os comentários “pejorativos e pessoais” contidos na reportagem serão levados a Justiça.
– São afirmações completamente desprovidas de conteúdos de relação institucional. É pessoal. Nessa relação entre nós (Secretaria de Saúde e HRDV) raras vezes não tivemos a presença do Estado, raras vezes a reunião não se transformou em objeto de uma resolução, em termo de adesão ou de compromisso. Eu não me relaciono pessoalmente com ninguém, principalmente com um hospital. Eu me relaciono através da pessoa jurídica, formal e institucional – disse a secretária.

Preocupação
O procurador Geral de Rio Bonito, Leandro Weber. 


De acordo com o procurador Geral, Leandro Weber, a situação está tomando um rumo que preocupa a Saúde de Rio Bonito, porque de 2008 a 2012 o volume de recursos transferidos ao HRDV foram significativos. “Mas estamos ouvindo histórias de comprometimento das atividades do hospital e já se identifica problemas de falta de médicos, de medicamentos... Então, a coisa vai ganhando um desenho de que a prestação de um serviço público essencial está em risco. Isso nos obriga a tomar algumas providências. E a primeira será representar ao MP, para que ele garanta, junto com o município, a prestação do serviço à população”.

A secretária acrescentou que baseada nos números que ela recebe da prestação de contas, ela é forçada a acreditar que a direção do HRDV não reúne condições de gerenciar um recurso da ordem de R$ 1,5 milhão. “Algumas coisas estão mal resolvidas e eu preciso que o MP, através de uma investigação, nos ajude a entender o que está acontecendo, porque nós temos certeza que pagamos ao hospital muito mais do que a instituição nos presta. Na última sexta-feira (20/07) nós pagamos R$ 1,2 milhão para tudo que está contratado esteja garantido, mas na maior parte dos dias não teve medico na emergência da unidade”, reclama Juraci.

Novamente baseada em números, a secretária destacou que o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), uma unidade bem maior que o HRDV, recebe R$ 2,8 milhões/mês. Já o Darcy Vargas recebe R$ 1,2 milhão. “Nós identificamos, por exemplo, um aumento na produção dos serviços de laboratório, que foram além do que entendemos ser razoável. De chegar ao ponto de para cada paciente atendido (na emergência) haver quatro, cinco pedidos de exame. Algumas questões sobre esse déficit de R$ 300 mil apresentado pela direção do hospital precisam ser esclarecidas e esse é o motivo de buscarmos o Ministério Público”, dispara a secretária, quem aponta falhas na prestação de contas apresentada pelo HRDV. “Nós temos um demonstrativo global, mas não recebemos informações pormenorizadas para entendermos os gastos”, acrescenta o Procurador Geral.

“Temos boa vontade”

Acompanhada do Procurador Geral do Município, Leandro Weber; e de dois técnicos da Secretaria de Saúde (Tereza Cristina Abrahão Fernandes e Luis Otávio de Carvalho), a secretária disse que “diante dos investimentos que o município fez no HRDV a partir de 2008, não existe mais como tentar provar a nossa boa vontade... Só recorrendo ao Ministério Público”.
– Quando eu cheguei a Rio Bonito havia um conflito entre a Prefeitura e o Hospital, que recebia do município, à época, R$ 595 mil. Logo nós aumentamos esse valor para R$ 714 mil e, hoje, nós chegamos a R$ 1,2 milhão – comentou Juraci, esclarecendo que como a diretoria do hospital não assinou o novo Planejamento Orçamentário Anual (POA), “que financeiramente é melhor para o hospital, porque o valor de 1,2 milhão sobe para R$ 1,5 milhão”, o antigo continua vigorando.

Pronto Socorro

Embora na entrevista concedida ao Jornal “O TEMPO”, a direção do HRDV tenha afirmado ter um déficit de R$ 300 mil mensais, sendo cerca de R$ 80 mil no Pronto Socorro, a secretária contesta os números e afirma repassar valores acima do que está contratado, “exatamente por conta dessa lógica de ajudar o hospital”. Ela também comenta que “confiando no ressarcimento dos recursos por parte do Estado, a Secretaria vem repassando, ao HRDV, valores contratados com o Estado, mas que ainda não foram pagos. Isso demonstra a nossa preocupação com a instituição”.

A secretária informou também, que os R$ 208 mil que o município destina ao Pronto Socorro deveriam ser, única e exclusivamente, investidos nos salários dos médicos. “Caso esse dinheiro fosse direcionado exclusivamente para esse fim, os salários seriam mais atraentes e não existiria essa dificuldade para a contratação dos profissionais”. Questionada sobre as demais despesas (pessoal técnico, material, medicamentos, entre outras coisas), a secretária comentou que eles já estão previstos no POA, classificados como atendimentos de ambulatório, onde são repassados R$ 109 mil.
– Se somarmos os R$ 208 mil para salários dos médicos com R$ 109 mil do ambulatório, nós chegamos a R$ 317 mil, somente na emergência. Isso sem falar dos recursos do Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI), que são usados para a compra de medicamentos – frisa a secretária.

Ainda sobre esse recurso (R$ 208 mil), a secretária comenta que a diretoria do hospital não consegue prestar conta do valor integral contratado (3.240 horas). Segundo ela, a prestação média é de R$ 122 mil, porque como não tem médico em todos os plantões da semana, o dinheiro não é gasto na sua totalidade. Ela também afirma que os cerca de R$ 80 mil que não são devolvidos, o município entende que estão sendo utilizados em outras necessidades. “No novo POA, que ainda não foi assinado pelo presidente em exercício, esse investimento no salário do médico sobe para R$ 280 mil, o que imaginamos contribuir para que o médico tenha um salário da ordem de R$ 7,5 mil”, informa.

UPA

Ao contrário do que vem sendo dito, sobretudo pela oposição, a secretária comenta que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tem um custo mensal de R$ 650 mil. “Em maio, os gastos da unidade ficaram em R$ 628 mil”. De acordo com ela, mensalmente a UPA atende cerca de oito mil pessoas, sendo 30% deles de Tanguá, 3% de Silva Jardim, 9% de Itaboraí e 2% outros municípios. Os 56% restantes são de Rio Bonito. Sobre a questão de que a secretária teria feito uma manobra para que Rio Bonito recebesse a UPA tipo III, a secretaria comentou “isso não é manobra, mas uma definição da Secretaria Estadual de Saúde”.

A secretária também esclarece que caso a UPA seja desativada, os recursos destinados ao seu funcionamento, “ao contrário do que andam alardeando por aí”, serão retirados do município. “Por conta do programa em que UPA está inserida, os recursos da sua manutenção não serão encaminhados para o HRDV investir na sua emergência”, concluiu Juraci, reiterando que essa situação acaba tornando negativa a imagem do município, do hospital e, dificulta, inclusive, o credenciamento de outros serviços de Saúde.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Pág. 1 - ELEIÇÕES 2012: FOI DADA A LARGADA!

Flávio Azevedo
A ex-prefeita, Solange Almeida; o deputado estadual, Marcos Abrahão; e o vice-prefeito, Matheus Neto; disputam a Prefeitura de Rio Bonito.
Começou no último dia sete de julho a campanha eleitoral de 2012. Em Rio Bonito, a movimentação de candidatos e correligionários têm sido intensa. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informa que 130 candidatos a vereador vão pleitear um lugar no Legislativo. Já a chefia do Executivo tem três pretendentes. O deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B), líder da coligação “Por Amor a Rio Bonito”, conta com dois partidos e 20 candidatos a vereador. O seu vice é o ex-vereador Luiz de Mendonça, o Luiz da Luz (PT doB).

O vice-prefeito Matheus Neto (PSB), que concorre pela coligação “Quem Compara Vota”, tem a sua candidatura firmada em cinco siglas partidárias e 52 candidatos ao Legislativo. O ex-secretário de Esporte e Lazer, Ronen Antunes (DEM) é o seu vice. Já a ex-prefeita Solange Almeida (PMDB), que encabeça a coligação “Rio Bonito Pode Mais”, conta com cerca de 60 candidatos a vereador. Compõe a sua chapa, como vice, o empresário Anderson Tinoco Luz (PSDB).

Ainda segundo o TRE, seis coligações lutam pelas 10 vagas do Legislativo. Os 130 postulantes ao cargo estão divididos em 19 partidos. O PTN e o PT do B formam a coligação “Por Amor a Rio Bonito”, que sustenta a candidatura de Marcos Abrahão.

O PPS e o DEM estão juntos na coligação “Rio Bonito Seguir Crescendo”, que apóia o vice-prefeito Matheus Neto. Já o PT e o PSB, que também dão sustentação ao vice-prefeito, se coligaram com o nome “Por Uma Nova Rio Bonito”. O PDT, que estaria sem coligação, também dá apoio a Matheus Neto.

Também concorrem ao pleito, a coligação “Rio Bonito Uma Esperança Solidária”, formada por PP, PTB, PSL, PRTB, PHS e PV. Esses partidos apoiam Solange Almeida, que também conta com a coligação “Unidos Venceremos”, formada por PMDB, PR, PMN, PTC e PSDB. A coligação “Rio Bonito em Boas Mãos”, formada por PRB e PSC, também está fechada com a ex-prefeita.

Pág. 2 - Sociedade pede socorro no Conselho Comunitário de Segurança de Rio Bonito

Flávio Azevedo
O músico e ativista Sander há oito anos atua no projeto “Cidadania Viva”.
Um pedido de socorro da sociedade foi ouvido pelos integrantes do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) na reunião do último dia 2 de julho, na Câmara de Vereadores. O músico e ativista Sander, que há oito anos atua com o projeto “Cidadania Viva”, que é desenvolvido nas escolas, apresentou um cenário preocupante da sociedade e comentou que na atualidade boa parte da juventude, sobretudo aqueles que vivem em bairros da periferia, tem o bandido como referência de herói. “Já vi isso acontecer em escolas da nossa cidade, as diretoras estão pedindo socorro, mas em várias oportunidades, por conta da falta de tempo dos pais, o desinteresse do poder público e a omissão dos demais setores, a questão não é encarada como deveria”, analisa.

Para o ativista, cada bairro tem a sua peculiaridade, situação que talvez não esteja sendo percebida pelas autoridades. “Em Nova Cidade, por exemplo, o consumo de drogas é alto. Segundo informações que obtive na localidade, o consumo de drogas nos fins de semana é muito grande, vários alunos da localidade são usuários de drogas, os educadores acabam ficando reféns dessa situação e muitos não sabem lidar com esse quadro”, destaca Sander, que aponta a influência da mídia e do ritmo Funk, que em algumas oportunidades fazem apologia as drogas e a violência.
– Eu já pude constatar em algumas escolas que o criminoso é o herói dos adolescentes. Meninos que admiram o crime. Geralmente eles se retratam vestidos com um tênis Nike, uma camisa Adidas, um pente e um fuzil atravessado no peito, uma pistola nas costas e isso deixa o garoto super feliz. O nosso propósito é exatamente desmotivar essa atração – afirma Sander, destacando que cenários semelhantes podem ser encontrados em Boa Esperança, em Praça Cruzeiro, mas tudo motivado pela degradação da família.

Bairro Monteiro Lobato

Do bairro Monteiro Lobato (BNH) vem outro clamor. Uma mãe, que também é funcionária da escola da localidade (Escola Municipal Dr. Albino Thomaz de Souza Filho), literalmente pediu socorro para uma série de problemas que estão acontecendo no bairro e que acabam refletindo na unidade escolar. Segundo ela, “embora os problemas tenham sido informados às autoridades nada foi feito”. Com voz embargada, visivelmente emocionada, ela fez um relato desesperador. A sua narrativa expõe situações que se analisadas com o mínimo de lucidez percebe-se que ela tem razão em estar apreensiva.
– Estamos passando por uma situação muito difícil... Tem gente fumando maconha na porta colégio, o que faz as pessoas ficarem com medo de entrar e/ou sair da escola... Às vezes, pais de alunos são agressivos com a equipe da escola... A diretora já pediu um guarda municipal, mas disseram que não tem guarda disponível. A verdade é que nós estamos com medo até de chamar os pais para tratar do problema do filho e sermos agredidas na escola ou no trajeto que fazemos quando estamos indo embora para as nossas casas – denunciou a mãe.

A narrativa desesperada da mãe não parou por aí. Ela disse que o seu filho, um menino de seis anos, que também estuda na escola, foi agredido com um soco por outro menino, também de seis anos, “mas não há o que fazer”. De acordo com a mãe, sabendo da questão social que envolve a criança, ela recorreu ao Conselho Tutelar, “porque a mãe do menino está presa, o pai está morto... O Conselho Tutelar, porém, disse que nada poderia ser feito”. Ainda segundo a mãe, até o Ministério Público já foi informado, mas não deu resposta. “O responsável da criança é uma avó, que cuida de outra criança deficiente”, disse a mãe, reiterando que “esse é apenas um dos casos preocupantes que existe na unidade, que por conta da complexidade foge do controle da direção da escola, porque as crianças do bairro estão largadas”.

Outra moradora da localidade comentou que a angústia da mãe procede. Ela acrescentou que a localidade está passando por sérios problemas e reiterou que o bairro carece, há muito tempo, de ações mais amplas do poder público. “Vejo coisas de horrorizar acontecendo nessa escola. As meninas estão trabalhando e as crianças estão batendo nelas. Elas estão desempenhando as suas atividades, mas as crianças estão pulando o muro, estão aprontando todas... Eu já conversei com a diretora, ela me disse que já fez o que está ao seu alcance, mas não obteve resposta”, acrescentou.

Ação conjunta
O presidente do CCS de Rio Bonito, Bruno Soares.


O presidente do CCS, Brunos Soares (foto) comentou que para resolver essa questão é preciso que uma força conjunta das autoridades (em todas as esferas de poder) com a sociedade (através das suas instituições – entidades de classe e igrejas) seja implementada. “Reconheço que essa questão é complexa, sei que esse deve ser o cenário de outros bairros, mas precisamos dar uma resposta para essa mãe que está pleiteando a nossa ajuda. Precisamos movimentar os órgãos competentes a ir até essa localidade com força ostensiva, educativa e com instrumentos de conscientização para que esses problemas sejam, pelo menos, amenizados”, discorreu o presidente.

O ativista Sander, que desenvolve atividades, através do projeto “Cidadania Viva” comentou que estará na Escola Municipal Dr. Albino Thomaz de Souza Filho no próximo dia 12 de julho. Ele comentou que vai programar atividades do seu projeto para a unidade e garantiu que vai procurar as famílias mais desestruturadas para perceber o que pode ser feito na comunidade, na escola e, sobretudo, com esses alunos que estão expostos a violência e aos flagelos da desigualdade social.

Pág. 3 - Revolta, prejuízo e desinformação, marcas do concurso da Câmara de Rio Bonito

Flávio Azevedo

Ridícula, patética, desrespeitosa e suspeita, são as palavras mais usadas nos comentários sobre o concurso público da Câmara Municipal de Rio Bonito. As inscrições, que inicialmente ficariam abertas entre os dias 3 de abril e 10 de maio, foram prorrogadas para o dia 15 de junho, procedimento que gerou insatisfação e desconfiança entre os candidatos. No dia 19 de junho, entretanto, durante uma sessão tumultuada, os vereadores, alegando irregularidades e preocupados com o impacto financeiro dos salários anunciados, cancelaram o certame.

Se a maior parte dos riobonitenses não está dando importância ao tema (alguns sequer têm conhecimento da abertura do concurso), sobretudo porque não acreditaram na lisura do processo desde o seu início, milhares de pessoas de outros municípios, alguns até de outros estados, estão desesperados, principalmente pela carência de informação por parte da Câmara e da Fundação de Apoio do Instituto Benjamin Constant (Faibc), empresa organizadora do concurso.

É o caso da capixaba Eliza Mascarenhas, que só tomou conhecimento do cancelamento do concurso pela internet (Blog do jornalista Flávio Azevedo). Num misto de revolta e decepção ela classifica a anulação como um “balde de água fria” sobre as suas expectativas. De acordo com Eliza, ela entrou em contato com a Faibc, “mas a mesma não se manifestou”. Em e-mail enviado a este jornalista, ela afirma que denunciou o caso ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) frisando que a revogação do concurso está baseada na questão salarial, que não foi vista pelos vereadores quando aprovaram a realização do certame. A falta de respostas por parte da Faibc, segundo Elisa, também foi levada ao MP.

Além de descobrir que o MP já investiga uma denúncia de fraude no concurso para a Câmara de Itaboraí, que faria parte de um suposto esquema de favorecimento de candidatos, junto com os Legislativos de Rio Bonito e Silva Jardim, Elisa destaca que no máximo 20% das pessoas que se inscreveram no concurso sabem do cancelamento.
– Eu moro no Espírito Santo e faltando 14 dias para o concurso fico com o sentimento de perca de tempo (estudando e me privando do tempo de estar com minha família e noivo) e dinheiro (investimento em apostilas, pagamento da inscrição e compra de passagens que já efetuei pra a viagem). Sem contar no stress emocional que me encontro agora devido a esse possível cancelamento – reclamou.

Problema sem solução

Sentimento semelhante é demonstrado por Glauce Bragança, moradora de Niterói, que também se manifestou através de e-mail, onde ela reclama principalmente da falta de informações. “Escrevo para tentar pedir ajuda e resolver as divergências. Moro em Niterói e me escrevi no concurso, este que foi cancelado pelos vereadores. Nada, porém, foi comunicado a Fundação que iria ou irá fazer o concurso – reclama Glauce.

No último dia três de junho, a Faibic, através da assessoria de projetos (Gabriela da Silva Rocha), também por e-mail, explica que a Câmara Municipal de Rio Bonito ainda não comunicou de maneira oficial o cancelamento do certame e garante que a empresa dará continuidade aos procedimentos conforme programação do edital.
– Devido não termos recebido, por parte do contratante, nenhum documento físico oficial, nos comunicando de tal cancelamento, nós, da FAIBC, a parte contratada não podemos afirmar que o mesmo se encontra cancelado. Sendo assim, até o presente momento, para a Faibc, o concurso está transcorrendo normalmente. Desta forma, pedimos que fique observando o nosso site, pois se recebermos algum documento de tal efeito, estaremos divulgando no mesmo – comunicou a empresa.

Em recesso parlamentar (férias de inverno) desde o último dia 1º de julho, o poder Legislativo só retorna as suas atividades no próximo dia 1º de agosto. A próxima reunião ordinária somente ocorrerá no dia seguinte (02/07), quando as provas já terão sido aplicadas. Um candidato que também não sabe o que fazer comentou que, na Câmara de Vereadores, um servidor teria dito que “por conta do recesso, o presidente da Casa, o vereador Marcus Botelho, só vai informar a Faibc sobre o cancelamento depois que as atividades do Legislativo forem retomadas”.

Suposta fraude

Notícia do jornal “O Fluminense” do dia 24 de junho informou que o MPRJ está investigando a denúncia de uma suposta fraude no Concurso Público da Câmara de Itaboraí (foto). O certame foi realizado pela Fundação de Apoio do Instituto Benjamin Constant (Faibc), em janeiro deste ano. De acordo com denúncias recebidas pela ouvidoria do órgão, as duas primeiras colocadas para um dos cargos são casadas com vereadores de municípios vizinhos.

De acordo com as denúncias, a fraude teria ocorrido na vaga de Agente Especial Parlamentar, cujo vencimento previsto é de R$ 3,8 mil. Na lista de aprovados no concurso, divulgada em 27 de março, Rosélia de Araújo Botelho, mulher do presidente da Câmara de Rio Bonito, Marcos Botelho (PR), aparece como primeira colocada. Já a segunda colocação é de Jaqueline Alexandra Rocha Viana, secretária municipal dos Direitos da Mulher e das Minorias de Silva Jardim e esposa do vereador silvajardinense, Robson Azeredo (PSC). Uma terceira esposa de vereador de Rio Bonito também teria sido beneficiada pelo esquema ao ser aprovada em terceiro lugar no concurso da Câmara de Itaboraí. O caso também estaria sendo investigado pelo MPRJ.

A fundação que realizou o certame também é responsável pelo processo de seleção da Câmara de Rio Bonito e pode realizar o concurso para o Legislativo de Silva Jardim. A suspeita é que exista um suposto favorecimento entre as Câmaras dos três municípios. As denúncias, segundo o jornal, foram encaminhadas para a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaboraí-Magé.

De acordo com o órgão, as denúncias foram anexadas ao Inquérito Civil IC 003/2009, no qual o MP impeliu a Câmara a realizar o concurso público, por meio de recomendação expedida ao seu presidente, já que os cargos da Casa eram comissionados e há mais de 20 anos não era realizado um concurso público para ocupar as vagas. Com estas novas denúncias, a 1ª Promotoria destaca que pode ser que haja necessidade de separação da investigação e instauração de um novo inquérito só para investigar as supostas fraudes. Essa decisão será tomada nos próximos dias.
– Caso comprovada a fraude é possível a distribuição de ação judicial para buscar no Poder Judiciário a anulação de todo o concurso ou apenas dos atos de nomeação e posse dos aprovados que tenham se beneficiado do esquema. Além disso, existe a possibilidade de aplicação de sanções cíveis e penais aos responsáveis e beneficiários – informou a promotoria.

Declarações
O presidente Marcus Botelho


No último dia 21 de junho, o presidente da Câmara (foto), vereador Marcus Botelho (PR); e a Fundação de Apoio do Instituto Benjamin Constant (Faibc), Ricardo Rocha, deram entrevista a Folha Dirigida sobre o cancelamento. O presidente do Legislativo disse que espera encontrar uma solução para ressarcir os candidatos. Ele também comentou que a empresa organizadora (Faibc), ainda não havia sido informada oficialmente sobre o cancelamento.
– Os vereadores irão elaborar novo Plano de Cargos e Salários, para adaptá-lo a realidade da Casa. Entendo que o cancelamento da seleção é um ato provisório. Tão logo seja equacionada a questão legislativa dos salários, nós iremos reabrir o concurso – garantiu Botelho.

Já o presidente da Faibc informou que não havia sido comunicado oficialmente sobre o cancelamento do concurso, que teria 4.848 pagantes, num universo de 10.558 inscritos. “Acho estranho que somente no fim do prazo prorrogado das inscrições, os vereadores contrários à seleção tenham se manifestado. Inúmeros candidatos estão indignados, pretendendo fazer manifestação na Câmara”.

Confirmada oficialmente a anulação, a Faibc acionará o Departamento Jurídico para reaver o investimento acadêmico. O presidente da empresa justifica a decisão apontando que a fundação deixou de promover concurso até no Ceará, por conta do compromisso contratado com a Câmara de Rio Bonito. “É a primeira vez que tal situação acontece, e não sei ainda como proceder, caso tenhamos que devolver o dinheiro”.

Concurso

A Câmara de Rio Bonito abriu concurso público para 49 vagas em cargos de nível médio e superior, no dia 4 de abril. Foram 12 vagas efetivas e 37 para cadastro de reserva; Os salários seriam de R$ 2.380 a R$ 4 mil atraíram muitos candidatos. Os cargos anunciados seriam para as vagas de advogado e analista orçamentário.

Já as vagas de nível médio eram para agente administrativo, agente de protocolo, assistente de plenário, auxiliar administrativo, auxiliar de contabilidade, auxiliar de departamento pessoal, oficial de comissões e oficial legislativo. A taxa de inscrição era de R$ 47,00 para nível médio e R$ 78,00 para nível superior.

Pág. 4 - “Prejuízos do Hospital Darcy Vargas ocorrem por culpa da Prefeitura”

Flávio Azevedo

Contas que não fecham, repasses deficitários, subfinanciamento de serviços, desvalorização do Pronto Socorro (PS) em detrimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), acordos firmados que não estão sendo cumpridos e contratos desrespeitados. Essas foram apenas algumas das reclamações feitas por parte da diretoria do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) em entrevista concedida a nossa reportagem na noite da última segunda-feira (23/07), depois de uma reunião que contou com a participação de diretores e membros do Conselho Fiscal da instituição.
– A coisa está muito complicada e a principal razão dos problemas que nós estamos atravessando está na Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa da sua secretária, que com a sua forma de agir está prejudicando o município, a população, sendo o HRDV uma das suas principais vítimas, pois ao contrário dos anos anteriores nós estamos com um déficit de R$ 300 mil mensais – disparou o presidente em exercício Luiz Fernando Romanelli Cardoso.

As constantes faltas de médicos, sobretudo nos fins de semana; o subfinanciamento do PS (setor de responsabilidade do município); a prestação de serviços como Oftalmologia e Oncologia, que deveriam dar maior retorno financeiro ao hospital; e o mascaramento da Programação Orçamentária Anual (POA), são outras reclamações da direção da unidade. “Alguns recursos que nós tínhamos eram conquistas alcançadas durante esses 10 anos que nós estamos administrando o HRDV. Mas com a gestão plena (o município ordena os gastos com a Saúde), tudo passa pela Secretária. Com isso, ela está repassando benefícios e prêmios, que foram conquistas nossas, como subsídio ou pagamento por serviços prestados”, denuncia Romanelli.

Quanto as reclamações sobre as constantes falta de médicos na emergência, a direção da unidade não foge a essa responsabilidade e concorda que o salário (R$ 3,9 mil líquidos) dos médicos está defasado, “precisam ser revistos, mas não há recursos para fazer esse reajuste”. Segundo o gerente Lupércio Lopes, “A UPA está pagando bem mais que isso”. Para ilustrar a questão ele apresenta números que falam por si só.
– A nossa emergência conta com clínico, pediatra, cirurgião, anestesista, obstetra e ortopedista (12h). Só essa folha de pagamento mais os encargos chegam a R$ 257 mil. Mas ainda têm os gastos com materiais, água, luz, telefone, medicamentos e os profissionais técnicos (enfermagem, recepção, vigilante e auxiliar de serviços gerais), que custam cerca de R$ 35 mil aos cofres do HRDV todo mês – argumenta Lupércio, que aponta um déficit de cerca de R$ 80 mil mensais somente na emergência, “porque a Prefeitura paga, por esse serviço, apenas R$ 208 mil.

Ainda segundo o gerente, a falta de médicos não deixa doente apenas o cidadão, “mas o HRDV também sofre em termos financeiros”. Segundo Lupércio, o Pronto Socorro é o motor que move os setores do hospital. “Nós precisamos alcançar, por mês, uma meta de 430 internações, mas como não temos médicos, não internamos ninguém, o que gera prejuízo. Até o pouco que era arrecadado com os convênios e pacientes de Planos de Saúde (cerca de R$ 10 mil) nós perdemos, porque como não tem médico, as pessoas não buscam a emergência”.

Para Romanelli, sempre mais enfático em suas colocações, era isso que a secretária de Saúde (Maria Juraci Dutra) queria que acontecesse para que a Prefeitura pudesse assumir a direção do HRDV. “Infelizmente, nós acreditamos nas suas promessas. Pensávamos ser ela uma parceira. Mas a verdade é que ela estava preparando um golpe, um ataque pelas nossas costas”, dispara Romanelli, que atribui os problemas de saúde que afastaram o presidente titular do HRDV, o advogado Luis Gustavo Martins, às atitudes “traiçoeiras” da secretária.

Dúvida Cruel

O Centro de Terapia Intensiva (CTI), que junto com a Unidade de Assistência de Alta Complexidade Oncológica (Unacon – Centro de Oncologia Rio Bonito), são serviços recentes oferecidos no HRDV também foi abordado durante a entrevista. A situação do CTI é grave, “porque todo mês fechamos as contas desse setor com prejuízo”. De acordo com os diretores da entidade, o CTI contém sete leitos, sendo cinco conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e dois para convênios e planos de Saúde.
– Por 130 internações, agora subiu para 140, nós recebíamos R$ 153 mil mensais. O volume de internações, porém, é superior a esse número. Aliás, todas as internações acima do que está contratado (130 internações), cerca de 20 por mês, nós não recebemos porque o teto contratado já está ultrapassado – lamenta Lupércio.

Diante desse cenário, os diretores do HRDV apontam para um impasse. “Se o teto de internações (130) já foi ultrapassado, o correto é não internar, mas é justo deixar uma pessoa morrer, porque essa meta já foi alcançada? É isso que nós queremos? Não é mais fácil e humano o poder público pagar essa diferença? E como fica o médico? Será que algum profissional, por conta de teto de internação, vai se recusar a receber um paciente?”, questionam os diretores do HRDV, alegando que constantemente esses assuntos são levados ao município, a secretária de Saúde, “mas ainda não conseguimos sensibilizá-los”.

De acordo com os diretores do HRDV, a UPA de Rio Bonito, uma unidade tipo III, idealizada para atender municípios de até 200 mil habitantes, contribui de maneira significativa com o volume de internações (do CTI) acima do teto de internações.
– Quando a UPA veio para Rio Bonito, ele chegou com modelo regional. Para justificar 200 mil habitantes, calculou-se um perímetro que contempla Silva Jardim, Tanguá, Rio Bonito, parte de Casimiro de Abreu e Cachoeira de Macacu. Isso contribui para que os pacientes cheguem aos montes ao CTI, que é a referência da UPA. O problema é que nós ultrapassamos o teto de internações e o prejuízo é constante – afirma Lupércio.

A Unidade Intermediária (UI), classificada como “Enfermaria A” é outro “buraco sem fundo” e, segundo números oferecidos pelos diretores do HRDV, “uma constante fonte de prejuízos”. O setor é composto por cinco leitos, que consome os mesmos medicamentos e recursos do CTI, mas não tem igual remuneração.
– No CTI nós recebemos por dia, na UI, com pacientes da mesma gravidade, nós recebemos por internação. Se o paciente ficar no setor uma semana ou quinze dias, o que recebemos do SUS é a mesma coisa. A ideia era desativar a UI quando o CTI entrasse em operação, mas por conta de uma série de compromissos, que ainda não foram cumpridos, ela foi mantida. No fim do mês, porém, é o hospital quem paga essa conta – destacam.

Assembleia

Com o pedido de licença do presidente Luis Gustavo Martins, assumiu a direção do HRDV o vice-presidente Luiz Fernando Romanelli Cardoso, que durante a entrevista estava acompanhado do Procurador da casa, o advogado Luiz Guilherme Cordeiro; e do 2º tesoureiro, Antonio Pinto de Oliveira Neto. Conforme publicação feita no jornal Folha da Terra (edição de 21/07), a diretoria convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o próximo dia 1º de agosto (quarta-feira), “quando será discutido o futuro do HRDV e será exposta a situação da unidade. A assembleia, que será realizada no Esporte Clube Fluminense, acontece a partir das 19h, é aberta a população e o cidadão que estiver preocupado com o hospital deve participar”, convocou Romanelli.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pág. 5 - Simpósio sobre Álcool e Drogas é sucesso em Rio Bonito

Flávio Azevedo

Depois de promover com sucesso uma partida de futebol amistosa e beneficente entre as equipes máster do Rio Bonito Atlético Clube (RBAC) e do Clube de Regatas Flamengo, no último dia seis de maio, a Comunidade Católica Jesus Vive e é o Senhor promoveu no último dia 1º de julho, no Salão Nobre do Esporte Clube Fluminense, o “II Simpósio sobre Álcool e outras Drogas”. O evento contou com representantes de entidades religiosas de várias denominações e técnicos que atuam na recuperação de pessoas que lutam contra a dependência química.

Recentemente o programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebeu o comerciante Gerson Pinto Correa e o professor de Educação Física e mestre em Capoeira, Júlio César (Magia). Um dos assuntos abordados foi o Recanto Santa Terezinha do Menino Jesus, uma casa que foi erguida na localidade de Mato Frio, em Rio Bonito, com o objetivo de abrigar dependentes químicos que queiram abandonar o vício. Para funcionar, além das questões legais, o espaço, que vai receber cerca de 20 pessoas, precisa de doação de mão de obra.
– Graças a Deus, a lista de pessoas que querem ajudar é muito grande. Nós iremos precisar de Psicólogos, Assistente Social, Dentista, Advogado, Psiquiatra, entre outros profissionais e atividades essenciais para o bom andamento da casa – comenta Gerson alegando que os desafios são grandes, “mas Deus tem ajudado muito o nosso projeto”.

Drogas e vício

Depois de falarem sobre o evento, os convidados que estavam vestidos com as camisas da Pastoral da Sobriedade (Júlio) e do Maranathá, um movimento da Igreja Católica que tem como principal objetivo a recuperação de pessoas, sobretudo os jovens que estejam escravizados pelos vícios, abordaram a questão das drogas em Rio Bonito e os trabalhos que existem para recuperar as pessoas que lutam contra esse “flagelo”.

Segundo Júlio e Gerson, muitas pessoas têm conseguido, através desse movimento (Maranathá) dizer não as drogas lícitas e ilícitas e, hoje, vivem uma nova vida. “Acabamos formando uma grande família com esse trabalho. Sendo assim, quem quiser mudar de vida, abandonar certos hábitos, mas não encontra forças para fazê-lo sozinho pode contar conosco e nos procurar”, comentou Júlio.

De acordo com os entrevistados o Crack e o Ox (nova droga) têm sido usados indiscriminadamente e os maiores usuários são as crianças e adolescentes, “vidas que estão sendo devastadas precocemente”.
– Três caminhos estão reservados para o dependente químico: prisão, internação e caixão (morte). A droga é igual uma mancha de óleo. Ela vai tomando tudo. Se consideramos a dependência química uma doença, Rio Bonito enfrenta uma epidemia grave. Os nossos jovens estão morrendo e não vemos iniciativas sólidas que enfrentem esse problema – enfatiza Júlio.

Experiência

Durante a entrevista, Gerson fala da transformação que aconteceu em sua vida quando ele passou a ser usuário de drogas e quando ele abandonou o vício. De acordo com ele, as histórias são todas iguais. As pessoas se enganam tentando se convencer de que podem sair quando quer, “mas não é bem assim”.
– Sou um dependente químico em recuperação. Estou trabalhando a minha recuperação desde 2002. O grande problema das drogas está nas famílias. Algumas não se importam; outras não aceitam o filho drogado; outras não querem, geralmente por vergonha, tomar providências; e ainda tem aquelas que tentam se enganar com o argumento que aquele comportamento é apenas uma fase – testemunha Gerson, para quem esse tipo de atitude dos pais, da família, dos amigos, só contribui para que o dependente químico se afunde cada vez mais nas drogas.

De acordo com Gerson, o seu ingresso no mundo das drogas aconteceu com 25 anos de idade. Visivelmente constrangido, mas ao mesmo tempo feliz com a vitória alcançada, o empresário diz que por 18 anos usou drogas. Através da experiência que adquiriu transitando nos dois lados (dependente químico e, hoje, engajado na recuperação de pessoas que lutam contra o problema), o empresário faz alguns alertas para as famílias e para os jovens.
– A família tem que estar junto e estar estruturada para lidar com essa questão. Outra coisa que as pessoas precisam saber é que a porta de entrada para as drogas é a inocente cervejinha. Primeiro você usa a droga, depois a droga te usa. É preciso estar atento aos hábitos e práticas dos filhos e discutir o assunto sem preconceitos. Agir diferente disso é contribuir para que o dependente químico continue derrotado – afirma Gerson, acrescentando que o dialogo e a espiritualidade são combinações importantes na luta contra a dependência.

Endereço

A Pastoral da Sobriedade não recebe apenas usuários de drogas lícitas e ilícitas. Qualquer tipo de compulsão pode ser levado a Pastoral. Na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, no Centro, as reuniões acontecem às quartas-feiras, às 20h. Já na Paróquia de São João Batista (Praça Cruzeiro), todas às quintas-feiras, a partir das 19h30min. “Tem gente que tem compulsão por pornografia, outras por jogo, outras por cigarro, por comida, entre outras coisas. A Pastoral da Sobriedade, que significa equilíbrio, está lá para atender a todos os casos”, disseram.

Pág. 6 - O Observador

Compra de votos

E a maldita compra de votos está com os dias contados. Será? Segundo fontes, uma investigação e um serviço de inteligência estariam de olhos nos grupos políticos para impedir esse artifício. “Caso insistam, muita gente pode ser presa”, garantem as nossas fontes. Que os tais investigadores solicitem um volume grande de ônibus para Rio Bonito, porque caso seja comprovada a ‘brincadeira’, metade da cidade, inclusive muitos líderes religiosos iriam parar no xilindró.

Milícia

A tática de usar policiais, ex-militares ou jagunços no combate a compra de votos não é nova. Isso já acontece nas favelas e o expediente já foi utilizado em Rio Bonito. A dinâmica seguinte: o grupo político contrata uma espécie de milícia, que tem a responsabilidade de impedir a compra de votos. Entretanto, o impedimento visa cortar a compra apenas do grupo contrário. Resultado: sem concorrentes, o grupo que contratou a tal milícia fica livre para, com tranquilidade, e por um valor bem mais em conta, comprar quanto for necessário.

Queremos mudar?

Não se muda uma cidade ou um país sem mudar o seu povo! Enquanto prestarmos atenção nos governantes e não em nossos atos, tudo continua como dantes no Quartel de Abrantes.

Nos últimos anos...

... Temos dito que existe uma equação que não fecha. Queremos políticos "sérios e honestos", mas nós não somos "sérios e honestos"! Queremos políticos que governem “para” o povo e “pelo” povo, mas nós sempre nos aproximamos dos governantes pensando em ganhos particulares.

O que fazer?

Precisamos mudar as pessoas, não as coisas! As coisas serão mudadas a partir do momento que as pessoas mudarem a forma de agir. Pensar diferente disso é contribuir com a manutenção do que precisa ser mudado!

Declaração de bens

Analisando as declarações de bens dos candidatos que pleiteiam cargos públicos esse ano, nós concluímos que a Secretaria Municipal de Bem-Estar Social deveria mandar uma assistente social na ‘humilde residência’ de determinados políticos. O objetivo seria ver se eles não estão passando necessidades. Quem sabe, talvez eles estejam precisando de uma cesta básica! Aliás, tem pessoas que estão na vida pública a um, dois ou mais mandatos e afirmaram não ter bens a declarar.

Cobrar de quem?

Dias atrás, via Facebook, alguém reclamou que os problemas de Rio Bonito são todos depositados na conta do “coitado do prefeito”. Achamos interessante essa colocação e ficamos com uma dúvida. “A população iria cobrar melhorias e políticas públicas de quem? Do Supermercado Multimix? Do Banco do Brasil? Do pipoqueiro da Praça? Do restaurante Papaôla?”. É lógico que tem que ser da Prefeitura, setor que tem a função de gerenciar o município

Hospital Darcy Vargas

Algumas questões no HRDV precisam ser revistas! Por exemplo, a notícia de que 78% do orçamento vão para a Folha de Pagamento... Não dá! De acordo com a direção do hospital, porém, caso o município invista os cerca de R$ 300 mil (o déficit identificado pela direção do HRDV) necessários para sanear os prejuízos da unidade, esse percentual cairia para 50%, números bem mais aceitáveis que os atuais!

Em Silva Jardim...

... Onde o prefeito Marcello Zelão (PT) faz boa administração, nós acreditamos que em caso de reeleição, ele poderia chamar os seus opositores (eles não são muitos) e perguntar “o que eles querem para o município!”. O chefe do Executivo silvajardinense também deve questionar se eles conseguiriam, em apenas quatro ou oito anos, fazer tudo que idealizam. Caso consigam, que o prefeito peça emprestado a “varinha de condão” que esses mágicos usariam para transformar Silva Jardim numa Estocolmo em apenas quatro anos.

Pobre Zelão

Esse negócio de democratizar direitos, oferecer oportunidades de crédito para pobre (Moeda Social), construir escolas, construir Teatro, investir em Centro Cultural, oferecer merenda de qualidade, construir pontes (para dar acesso e garantir o direito de ir e vir) entre outras coisas, isso não está com nada! Prezado Zelão, a nossa dica é que o senhor seja simplesmente mais um parasita a sorver o erário público e terás muito menos aborrecimentos em sua gestão!

Textos

Algumas questões que nós levantamos nessa coluna e também nas mídias sociais deixam claro duas questões: as pessoas não lêem os textos na íntegra e muitos, embora leiam, não prestam a devida atenção no contexto. É comum as pessoas lerem apenas a manchete, talvez o primeiro parágrafo (que se chama lead) e sem entender a pretensão do texto já faz juízo de valor e acaba falando bobo!

Fraude no concurso

Diante das notícias de suposta fraude nos concursos públicos na Câmara de Vereadores de Itaboraí e Rio Bonito, alguém sugere uma matéria nesses moldes sobre os famigerados processos seletivos realizados pelas Prefeituras, de Rio Bonito e região. Nós, porém, achamos que a dinâmica do processo seletivo é diferente do concurso público. O cheiro de sacanagem é o mesmo! Mas no processo seletivo tem um psicólogo atestando que o candidato que gabaritou a prova, não foi chamado, porque não tem perfil para executar a função pleiteada. Perguntamos: “e quem vai discutir a decisão desse profissional?”.

Contudo...

... Caso algum candidato DESINTERESSADAMENTE tenha levado o caso ao Ministério Público e queira falar sobre o tema diante de um gravador, nós faremos a matéria (fora do período eleitoral, é claro!) com imenso prazer! A época, nós até conversamos com alguns insatisfeitos, mas concluímos que embora todos sintam o cheiro de maracutaia, a preferência é por fazer parte do jogo ou ficar calado para não “prejudicar a família riobonitense”.

Afirmação dolorida

É como sempre afirmamos para horror de alguns e alegria de poucos: em nossa sociedade existe uma equação que não fecha. Queremos políticos sérios mais nós não somos sérios; queremos políticos honestos, mas nós não somos honestos; queremos acabar com a corrupção, mas somos extremamente corruptos. A almejada RENOVAÇÃO que vemos um monte de gente pregando a cada esquina e nas mídias sociais, infelizmente não virá com nenhum político. Ela só virá quando o cidadão renovar as suas práticas, abandonar velhos hábitos e abrir mão dos pecados acariciados.

Um leitor esperto

No Facebook, um dos nossos seguidores chegou a uma perfeita conclusão. Disse ele: eu descobri que vocês não denunciam nada, vocês apenas falam aquilo que lhe convém! BINGO! Até que enfim alguém entendeu o trabalho jornalístico. Nós não denunciamos nada, apenas noticiamos ou informamos os fatos! Tanto é assim que as gravações e câmeras escondidas ou precisam ser autorizadas pela Justiça ou é a própria polícia que oferece as gravações. É assim que funciona, queira o leitor ou não!

EMES

E, no Espaço Municipal de Ensino Supletivo, local muito bem dirigido pela nossa eterna professora Suely de Paula, que coordena uma equipe muito competente, rolou mais um evento interessante nos dias três e quatro de julho. Entre muitas participações especiais destaque para os músicos Tião do Violão e Reinado Silva, exemplos de talento e simplicidade! Reinaldo, recentemente lançou o CD “Juntos”; e Tião, está com o CD prontinho esperando apenas a data para lançar o trabalho.

Falando nisso...

... Vamos destacar a importância do Estúdio Maverick, que é capitaneado pelo músico Marcelo Kaus, líder da Banda Maverick. Através da gravação de CDs dos artistas locais, Kaus tem contribuído de maneira importante para a projeção dos nossos operários culturais. Entre esses podemos citar o CD “Kaia na Real”, do músico e ativista Sander, que será lançado no próximo dia 11 de agosto, no Espaço Cultural Lona na Lua, às 20h. Faça planos de estar presente, porque o trabalho ficou excelente!

Pág. 7 - Trânsito caótico e falta de bom senso marcam as ruas de Rio Bonito

Flávio Azevedo

Carros estacionados sobre a ferrovia: provocação ou lerdeza?
Quando a maioria dos vereadores votou contra a criação dos cargos de Agente de Trânsito, ato que contribuiu para manter e ampliar a reclamada desordem do Trânsito no Centro de Rio Bonito, cidade que só cresce em número de carros e motos em circulação, os parlamentares argumentaram estar representando parte da população que era contrária a criação dos tais cargos.

A época, nós ficamos nos perguntando se isso seria verdade. Entretanto, todas as vezes que contemplamos cenas como essa – e, elas são diárias – nós percebemos ali um dos muitos desordeiros que fortaleceu o cínico voto dos vereadores naquela tarde de 26 de outubro de 2010!

Desrespeito às sinalizações (foto de Marllon Lopes).
Diante desse cenário grotesco e de uma campanha eleitoral pobre de projetos, porém, rica de dinheiro, nós somos obrigados a lembrar ao amigo leitor que nenhum político toma o seu lugar de assalto. O que conduz cada um deles aos seus cargos é o nosso voto.

Sendo assim, antes de qualquer revolta ou postura mais exaltada, é salutar olharmos o nosso próprio umbigo e tentarmos lembrar em quem votamos, e a que preço, nas últimas eleições. Se o voto foi consciente... Parabéns! Se, porém, foi comercializado... Nossos pêsames!

Para quem prostituiu o seu precioso voto, o Grupo de Mídias “O TEMPO” deixa uma pergunta: está valendo à pena?

Pág. 7 - Igreja Presbiteriana promove Escola Bíblica de Férias

Dezenas de crianças se divertiram com músicas, brincadeiras, histórias e muitas atividades.
A Igreja Presbiteriana de Rio Bonito promoveu entre os dias 19 e 22 de julho, a Escola Bíblica de Férias. O evento foi realizado no período da tarde, com exceção do último domingo (22/07), quando a atração ocorreu pela manhã durante a Escola Dominical (9h). Dezenas de crianças se divertiram com músicas, brincadeiras, histórias e muitas atividades. A principal atração foi a “Máquina do Tempo”, atividade que empolgou a garotada! O templo presbiteriano está localizado na Rua Alcebiades Moraes, nº 46, no Centro (subida da Serra do Sambê). A participação foi franqueada a toda comunidade!

Pág. 10 - Lesões ligamentares do joelho

*Luis Francisco Soares Filho

O joelho é uma articulação que permite movimentos de flexão, extensão e alguns graus de rotação. Sua estabilidade medial e lateral é provida através de ligamentos medial e lateral resistentes (lig. colateral medial e lig. colateral lateral), enquanto sua estabilidade anterior e posterior é provida pelos ligamentos cruzados anterior e posterior. Deste modo os ligamentos são vulneráveis a qualquer movimento que force o joelho a mover-se em planos anormais, e tais lesões são relativamente comuns em esportes com grande esforço físico (futebol, corridas, maratonas, triathlon, entre outros).

Existem quatro grandes ligamentos no joelho: Ligamento Cruzado Anterior (LCA), Ligamento Cruzado Posterior (LCP), Ligamento Colateral Medial (LCM) e Ligamento Colateral Lateral (LCL). Dentre os quais a maior incidência de lesões ocorre no LCA e no LCM. O joelho é estável em extensão, passível de rotação axial (quando flexionado), fazendo com que essa articulação seja menos estável na flexão. Quanto às lesões, o estiramento dos ligamentos é uma das mais comuns nos tecidos moles do joelho, podendo ser classificado como:

1º Grau – Leve estiramento, com pequena tumefação e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar. A dor acontece somente no movimento e, em alguns casos, ao toque.
2º Grau – Estiramento de cerca de 50% das fibras, presença de sinais flogísticos, com grande dificuldade de movimentos, sendo a estabilidade preservada na maioria dos casos.
3º Grau – Estiramento de cerca de 75% das fibras, com presença de hematoma acentuado e perda da estabilidade, com diástese de 10mm.
4º Grau – Ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave.
Independente da gravidade da lesão do joelho é de suma importância sempre procurar um especialista para que o mesmo possa diagnosticar o tipo e o nível da lesão e a partir daí prescrever o tratamento mais indicado.

*Luis Francisco Soares Filho é fisioterapeuta.

Pág. 11 - Congratulações

Lívia e Ricardo Leite
Com as bênçãos do pastor Robson Luiz, da Igreja Universal do Reino de Deus, o músico Ricardo Leite casou-se no último dia 13 de julho, com Lívia Oliveira. A cerimônia e a festa em comemoração a união do simpático casal aconteceu no Espaço de Festas Bonitinho, na Cidade de Nova, em Rio Bonito. Ao novo casal, a equipe do Grupo de Mídias “O TEMPO” deseja muito sucesso e que as bênçãos de Papai do Céu sejam derramadas diariamente nesse novo lar!

Natália Fogaça
Felicidades também para Natália Fogaça, que, rodeada de amigos, completou 15 anos no último dia 29 de junho. Ela recebeu os amigos no Centro Cultural da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Bonito, onde celebrou a nova fase da vida com uma grande festa! Parabéns!

Ao centro o casal Ieda e Manoel Fonseca, cercados pelos filhos.
O último dia 8 de julho foi um dia de festa para o casal Ieda e Manoel Fonseca, que completou 60 anos de casamento e muito companheirismo. A significativa data foi celebrada na presença dos filhos, netos, bisnetos e amigos que compareceram para prestigiar o casal. Que Deus continue abençoando essa família de amigos!

Alana e Rafael Smith.
Quem também trocou alianças foi casal Alana e Rafael Smith. A cerimônia, realizada no último dia 22 de julho, na Igreja Adventista do 7º Dia de Rio Bonito, foi celebrada pelo pastor Élio Lúcio. Centenas de parentes e amigos compareceram na igreja e no Esporte Clube Fluminense para abraçar o casal com os tradicionais votos de muitas felicidades!

Pág. 12 - Programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebe deputado Marcos Abrahão

Flávio Azevedo

Com o objetivo de receber os postulantes ao cargos de prefeito de Rio Bonito, o programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebeu no último dia 24 de junho, o deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B). Ele iniciou a entrevista afirmando que está preparado para administrar o município, comentou que amadureceu bastante nos últimos anos, reconheceu que já atacou muito os adversários, principalmente quando estava na Câmara de Vereadores; e afirma que com a experiência que adquiriu nos últimos anos, ele está preparado para administrar o município.
– Estou pronto para colocar a nossa cidade nos rumos do crescimento e do desenvolvimento. Ninguém senta no lugar de prefeito sem a intenção de fazer o melhor. O município está nesse marasmo não por maldade, mas por insegurança e por falta de habilidade – analisou o deputado.

Para Abrahão é preciso pensar no crescimento não só de Rio Bonito, mas toda região. “É preciso que haja integração entre os governos estadual e federal”. Ainda segundo o deputado, por conta do petróleo, produto que já está estimulando a economia das vizinhas Itaboraí e Maricá, “nós precisamos pensar, inclusive, em parcerias internacionais”.
– É preciso qualificar a juventude. Se eu for o administrador da cidade, Rio Bonito será referência em qualificação de mão de obra para Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) e outras áreas. Sempre me preocupei com isso e garanto que muita coisa vai acontecer em 2013 – afirma o deputado.

Sobre geração de renda e emprego, Abrahão classifica como “deprimente” a situação atual de Rio Bonito. “As pessoas precisam sair para arranjar emprego por conta própria. Tem que acabar esse negócio de ficar pedindo favor na porta do político. A cidade não cresce por conta disso. O municípe sempre está atrelado a alguém”, pondera.

Quanto ao Turismo, setor importante para a geração de renda e emprego, o deputado argumenta que “essa já foi uma das minhas bases na eleição de 2008”. Ele comentou que muito se fala de Penedo, Mauá, “mas esses lugares tem um risco de água, 50 m de calçamento, lojinhas, restaurante e pousada para tudo quanto é lado”. Abrahão também destaca a cidade de São Lourenço/MG, “onde uma Maria Fumaça transporta os visitantes num pitoresco passeio, que tem um único objetivo: fazer o turista gastar dinheiro, mas isso é válido, porque gera renda para o município”.
– Rio Bonito precisa de um teleférico, quem sabe um telescópio lá na Rampa de Voo Livre. Isso iria atrair gente de tudo quanto é lado, mas tem que ter acesso. O turista pode ir a Lavras tomar um banho de rio; pode ir a Braçanã, mas existe restaurantes e pousadas? E, por que não? Por que também não existe política pública voltada para isso – critica Abrahão.

Outro setor importante para a geração de renda e emprego é a Agricultura. Abrahão, porém, ressalta que “muita gente da Zona Rural provou um pouco do próprio veneno”. Ele explica o seu pensamento: “muitos escolheram pessoas do interior porque elas atenderiam as suas necessidades, mas isso não aconteceu. Os dois últimos prefeitos sairam do interior e nada mudou. Tudo isso porque as pessoas não escolheram um administrador. Um é identificado com a Saúde, o outro com Obras... Mas e a Segurança, o Transporte, o Lazer, a Agricultura?”.

De acordo com Marcos Abrahão, a Saúde precisa funcionar na sua essencia. “Pegar o telefone e pedir para atender fulaninho porque é meu, não é trabalhar para a Saúde. Isso é ridículo! Que político é esse que lucra com o sofrimento alheio? Eu tenho que trabalhar para que o cidadão tenham os seus direitos garantidos. Tem que acabar esse negócio de votar em alguém que me deu um caixão, um remédio ou porque passou a máquina na minha rua”.

Apesar de estar em campanha, Abrahão também criticou o empresariado. Ao discorrer sobre o tema Indústria e Comércio, ele afirmou que “sempre defendeu o empresário, mas eles precisam ser mais presentes. Entidades de classe como a Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) precisam se posicionar”. O deputado comentou que gostaria de ver um administrador, um empresário disputando a Prefeitura de Rio Bonito, “mas ninguém aceitou esse desafio”.
– O problema é que o empresário fica com medo de retaliação. Nós, porém, precisamos ter coragem. Eu me pergunto: por que não experimentam mudar? Por que não dar oportunidade para um nome que seja diferente dessa mesmisse dos últimos 40 anos? Precisamos crescer, eu digo isso há 10 anos, mas não sou ouvido – afirma.

Sobre a fonte de recursos para colocar as suas ideias em prática, ele comenta a importância dos projetos. “Tudo que veio do estado foi por iniciativa minha, mas ninguém da Prefeitura de Rio Bonito esteve no meu gabinete. Deputados amigos meus dizem que a Prefeitura de Rio Bonito não prepara projetos que possam ser contemplados”.

Na discussão sobre o servidor municipal, salários e Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, Abrahão comentou que um gestor não pode ter preocupação com apenas um setor. “Entretanto, há quanto tempo o servidor está mendigando atenção? Quantos candidatos já estiveram aqui prometendo melhorias e não cumpriram?”, pergunta o deputado, que também criticou a postura de parte dos servidores. “Esse negócio de cabide de emprego e boquinha precisa acabar, mas isso só acontece por incompetência dos governantes”.

Para Abrahão, “o professor da rede municipal, há muito tempo, sofre com um salário ridículo e que não condiz com o que merece um profissional que vai formar os nossos filhos”. O deputado, porém, alerta para um movimento que segundo ele acontece a cada eleição: “muita gente está pendurada nos cabides de emprego e nas boquinhas... Esse não vota comigo. Por exemplo, na última eleição contrataram milhares de pessoas no ano eleitoral e deu no que deu”, disse.

O Trânsito, assunto muito debatido nos últimos meses, segundo Abrahão, pode ser organizado com o crescimento da cidade. “Mas tem que trazer engenharia de tráfego, implantar horário de carga e descarga e os ônibus precisam parar de estacionar na beira da estrada. As empresas e empresário do setor têm que se adequar a essas mudanças, porque elas serão benéficas para todos nós”, analisou.

O estímulo ao crescimento pode acontecer, segundo Abrahão, através do IPTU e de insentivos a iniciativa privada. O transporte público, por exemplo, com as estradas ruins que nós temos, tem que ser subsidiado. Já sobre Segurança, o deputado disse há muito tempo ele pede reforço para o efetivo de policiais , “mas como atualmente não existe diálogo isso não é possível”.

O deputado concluiu a entrevista comentando que os problemas relacionados ao Trânsito, a Educação, a Saúde, ao Esporte, a Cultura, ao Transporte, entre outros, estão intrinsecamente ligados a Educação e a gestão.
– Na questão Social, nós precisamos que a Educação venha de berço. Já na questão política, um administrador precisa assumir a gestão do município. Esqueçam esse termo prefeito! Isso me lembra Odorico Paraguaçu (O Bem Amado). Esse tipo de política está no passado. Nós precisamos de um administrador. Alguém que coloque as pessoas certas nos lugares certos – encerrou.