quinta-feira, 19 de abril de 2012

Operários do Comperj mantém greve

Flávio Azevedo

Milhares de operários estão em greve
Milhares de operários dos consórcios que operam no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) se reuniram na manhã dessa quinta-feira (19), em Venda das Pedras – Itaboraí (início da RJ – 116), para anunciar que vão permanecer de braços cruzados pelo menos até a próxima terça-feira (24/04). Com discursos inflamados e com seguidos pedidos de que a categoria resista a pressão da classe patronal, os líderes sindicais encorajavam a resistência dos operários.
– Não é possível que um caldeireiro, um maçariqueiro, um soldador e tantos outros sejam remunerados da forma como tem sido. O Comperj pratica o pior salário do Brasil para a categoria e isso precisa mudar. Vamos manter a greve e queremos receber os dias que estamos parados... Não abrimos disso! – disse um dos líderes sindicais.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção em São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), Manoel Vaz, a falta de posicionamento dos consórcios fizeram com que a paralisação fosse mantida. “Eles me conhecem e sabem que eu não abro mão dos nossos direitos. Ou eles atendem as nossas exigências ou nós continuaremos de braços cruzados”, afirma Manoel, acrescentando que caso o problema não se resolva na próxima semana, “a greve vai atravessar a Baia de Guanabara e vamos fazer barulho em frente a sede da Petrobras e diante do palácio do governador”.

Outro líder sindical acrescentou que a categoria deve manter a resistência, “porque se eles (os consórcios) têm o capital, a força de trabalho é nossa! Não vamos abrir mão disso!”. Durante a sua fala, o líder sindical lembrou que os consórcios têm contratos e prazos para a entrega das obras e a paralisação vai dar prejuízos. “Se nós estamos sendo mal remunerados e estamos sentindo no bolso, eles também vão sentir, porque se não entregarem as obras nos prazos irão pagar pesadas multas a Petrobras”, disparou.

Reivindicações

Até a próxima terça-feira (24/04), a parlização está mantida.
A greve foi iniciada no último dia 9 de abril e continua forte, com adesão de 100% do efetivo. A base, composta por 15 mil trabalhadores, continua determinada e, até o momento, a patronal não apresentou nova proposta.

Esses trabalhadores, que estão em data base, reivindicam 12% de reajuste salarial, acréscimo e valorização de funções; pagamento de horas “in itinere”, reajuste do tíquete alimentação, devolução dos descontos dos dias de greve realizados durante o mês de fevereiro, bem como a garantia de que nenhum desconto será efetuado durante a atual greve, garantia de emprego para todos, em especial da comissão de base ainda a reintegração dos demitidos no processo grevista, entre outras demandas.

Essa é a primeira refinaria do Comperj, que vai processar 165 mil barris diários de petróleo. Até o momento, a paralisação ainda não coloca em risco o cronograma das obras.

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