sexta-feira, 20 de abril de 2012

Jornalista diz que a Justiça faliu em Rio Bonito, “uma cidade sem representatividade política”

Durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), ocorrido no Ginásio Poliesportivo Satiro Narciso de Oliveira, no Parque Andréa, 2º Distrito de Rio Bonito, na noite do último dia 16 de abril, o jornalista Flávio Azevedo, que é diretor de Assuntos Comunitários do CCS e editor do jornal “O TEMPO”, disse que a flagrante insegurança reclamada pela população riobonitense é reflexo da falta de representatividade política do município. De acordo com ele, “a cidade está abandonada a sua própria sorte”.

Para o jornalista, sempre polêmico e firme em suas colocações, a população que critica muito as polícias, Militar e Civil, deveria direcionar as suas críticas e insatisfações à ineficiência do Judiciário e do Ministério Público (MP), “entidades que nos passam a impressão de estarem sempre de férias”.
– Hoje, uma segunda-feira, 20h30min, os senhores e senhoras estão aqui debatendo a questão da Segurança da sua localidade. O Delegado da cidade está aqui, o 35º Batalhão da Polícia Militar está representado pelo Major Otto Mannato, mas onde estão o Judiciário e o MP? Não mandam nem um representante! Aliás, desde que o CCS foi implantado, em 2009, eles nunca participaram de uma reunião – disparou.

Essa realidade, segundo Azevedo, precisa ser mudada, mas para alcançar esse objetivo a sociedade terá que deixar as divergências partidárias de lado para caminhar unida nessa direção. “O problema é que quando olhamos os atores que atuam no cenário político da nossa cidade, fica claro que essa união é uma utopia, porque além do desinteresse de alguns, outros lucram com esse cenário absurdo”.

Durante a reunião, as principais reivindicações dos moradores do Parque Andréa foram a implantação de um DPO na localidade e a presença mais constante da Polícia Militar no 2º Distrito. O jornalista comentou que essas reivindicações são legítimas, mas a população tem que começar a olhar também em outra direção. “Boa Esperança pode ter um batalhão da PM, mas caso os policiais façam uma prisão no fim de semana, segundo as informações trazidas pelo nosso delegado, os bandidos serão liberados, porque a Justiça inexiste em nossa cidade”, concluiu.

Indignação

A postura insatisfeita do jornalista reflete o descontentamento da população riobonitense com a história do assalto a Padaria Nosso Pão e os seus desdobramentos. O crime ocorreu no dia 28 de março, os assaltantes foram trazidos a 119ª DP dois dias depois (30/04), mas foram liberados porque não existia mandado de prisão para eles. Também não havia autoridade competente para expedir o mandado.

A informação de que nos fins de semana Rio Bonito fica sem juiz e promotor ainda provoca indignação e consternação nos munícipes que desconheciam essa realidade. O delegado Paulo Henrique da Silva Pinto comentou que nesses casos existe um promotor de plantão em algum lugar, mas nem sempre ele se acha em condições de interferir.
– Pode ser alguém que lida com assuntos de família, por exemplo, mas quando chega alguma demanda da área criminal, por não estar acostumado a lidar com questões dessa natureza, ele prefere que a Comarca espere o seu promotor, que chega apenas na segunda-feira seguinte – revelou o delegado visivelmente constrangido.

A prova do caos no Judiciário e no MP de Rio Bonito fica patente quando o delegado revela que até o dia da reunião do CCS (16/04), o mandado de prisão contra os assaltantes, identificados no dia 30/03, ainda não havia sido expedido.

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